sexta-feira, 20 de dezembro de 2013


O CARMA E O LIVRE ARBÍTRIO

 

O carma e o livre arbítrio ainda causam celeumas em vossos meios, pois muitos encarnados acham que os mentores podem resolver todos os problemas existentes em suas vidas. Outros, ainda, por trabalharem num núcleo espírita, procurando dar tudo em si, acham que seus carmas poderão ser sanados completamente. Isso não poderia causar celeumas, pois é um fator que não deveria ser estranho ao vosso raciocínio, pois sabeis que o carma é oriundo dos deslizes do livre arbítrio; portanto, cada um deverá colher do que semeou.

O carma poderá ser amenizado segundo o mérito de cada um: do desprendimento próprio, do amor fraternal que deverá imperar em cada coração e, principalmente, do perdão pelas faltas cometidas por outros contra a sua própria pessoa, sem contarmos que o orgulho, a vaidade e a revolta jamais devem imperar entre vós.

No entanto, deparo-me com pessoas que, ao passar pelo crivo da dor, revoltam-se inconformadas, achando que deveriam receber o beneplácito do Alto. No entanto, não aquilatam que essa sua dor seria de maior proporção se não estivesse praticando a caridade. Estão cientes que o Evangelho de Cristo é a única salvação para o ser encarnado; todavia, não o abraçam devidamente.

Por outro lado, deparamo-nos com pessoas que não crêem possuir o livre arbítrio, ou não se conscientizam que o mesmo é de sua inteira responsabilidade. Constantemente vão à procura de médiuns para saber se efetuam este ou aquele negócio, se enveredam por este ou aquele caminho. No entanto, os espíritos de luz jamais interferem no livre arbítrio do ser encarnado, pois sabem, de antemão, que em ambos os caminhos tomados existem aguçados espinhos, na maioria das vezes. E ao aconselhar verbalmente através de um médium a seguir determinado caminho em que os espinhos não são tão aguçados como os do outro, o encarnado, as se deparar com eles, logo acusa o espírito de luz de mistificador, fanfarrão, etc.

Ajudam sim, orientando-os quando libertos do corpo pelo sono reparador, conduzindo-os a cidade astral a que pertencem, e mostrando ambas as trilhas que estão receosos de resolver encetá-las, ou se depararão com os obstáculos das mesmas e optarão, segundo o seu livre arbítrio, o caminho a encetar.

Dessa forma, as comunidades superiores se manifestam, socorrendo os que desejam operar junto às hostes de Cristo, respeitando o livre arbítrio que a Bondade do Pai concedeu ao ser encarnado. Nem mesmo para o bem se pode violentar o livre arbítrio daquele que ainda não pode cooperar a contento. Não se pode colher o fruto imaturo, e sim por aguardar por momento psicológico em que os sofrimentos impostos pela lei do carma os façam burilar, e se apresentarem em condições especiais e favoráveis de serem socorridos.

Se não fosse assim, e viésseis sem manuseados ora por entidades de luz ora por entidades trevosas, que méritos teríeis numa encarnação?

Se fosseis conduzidos por entidades de luz, os méritos seriam delas. E se, ao contrário, fosseis conduzidos por entidades trevosas, a derrocada espiritual seria atribuída a eles e não aos encarnados.

Podereis, sim, atrair com vossos atos e pensamentos entidades de luz, que podem vos aconselhar no caminho a trilhar, como também entidades trevosas, que vos aconselham a trilhar por veredas inadequadas; mas, quem decide aceitar ou não estas sugestões é o encarnado possuidor de seu livre arbítrio.

O ser altruísta, filantrópico, cujo fator primordial é o amor fraternal que impera em seu coração, aquele que respeita na íntegra os Mandamentos de Deus, adotando os Ensinamentos de Jesus, é sempre assessorado por entidades luminares.

No entanto, na situação que se encontra a humanidade terrena, é difícil nos depararmos com aqueles seres envoltos por entidades de luz, ou sejam, anjos e arcanjos. É difícil nos depararmos também com criaturas que possuam válvulas que se abrem à infiltração de eflúvios de entidades trevosas. Até mesmo os homens íntegros em seus negócios e labores cotidianos podem ser vulneráveis à cólera ou à irritação. Os pacíficos e acomodados, às vezes, são avassalados pelos ciúmes e podem sofrer pelo amor próprio ferido, ou mesmo se desgastam pela ingratidão. Outros, ainda, quando são frustrados em seus ideais ou diante de alguma discussão, procuram no álcool retemperar suas forças. Outros, mediante uma vida fácil, vivem rodeados de entidades trevosas, atraídas pelos seus negócios desonestos; estes procuram sempre desculpa plausível para os mesmos. Outras criaturas, sensatas, justas, somente conseguem ajustar suas idéias, aplacar os nervos fumando dezenas de cigarros, que abrem válvulas para entidades trevosas, pois é um convite para tranqüilizar seus desejos.

Todos os vícios, frustrações, defeitos, emoções descontroladas, meios desonestos, cólera, ira, pensamentos malsãos, e uma série de motivos difíceis de se enumerar, são válvulas abertas que auxiliam o êxito de entidades trevosas, que se esmeram em vos aconselhar erroneamente.

Contudo, no momento que deveis decidir, a lei do livre arbítrio vigora, e tanto as entidades trevosas quanto as de luz são afastadas para que o discernimento seja emanado de vós próprios.

Nosso Pai proporcionou para vós um cérebro para pensar, para discernir o certo do errado, enviou à Terra Jesus para vos dar o exemplo de como agir; depende, pois, exclusivamente de vós, de vosso livre arbítrio, a conduta certa a tomar.

Sabeis previamente o que é certo ou errado, mas desejais sempre o apoio dos mentores que vos assistem, para quando algo não der certo terdes diante de vós o bode expiatório para lançar-lhe a culpa.

Até mesmo as coisas comezinhas de que quereis vos isentar do trabalho santificante para a elevação de vossas almas, muitas vezes pedis autorização dos mentores. Porém, é de vossa vontade vos eximir do mesmo, mas não quereis assumir tal responsabilidade, pois sabeis que desejais trocar o labor por uma recreação, por um divertimento. Nesses casos, nenhum espírito de luz se manifesta, a não ser quando há necessidade de um descanso para reerguimento de vossas forças, pois depende de vós, de vosso livre arbítrio, tal responsabilidade.

Quanto ao carma que vez por outra achais por demais pesado, acima de vossas forças, quero que vos conscientizeis que na maioria das ocasiões sois vós mesmos que assim escolheis, pois não suportais o peso de suas próprias faltas, e quereis vos ver livres o mais depressa possível das mesmas. Solicitais desse modo um carma que, na maioria das vezes, não conseguis cumprir a contento. No entanto, como os tempos são chegados e não tereis outra oportunidade, suplicais para que tudo seja ressarcido, porquanto quando estais no plano espiritual sois conscientes de que somente pela dor é que podereis ser burilados, e que a Terra, sendo planeta de expiação, é nela que deveis vos burilar os exemplos nós os defrontamos há todos os instantes: na dor mineral, o carbono bruto se transforma no cobiçado brilhante. Na dor vegetal, a roseira tem que ser podada para em seguida cobrir-se de belas flores, assim como a videira também, a fim de cobrir-se de flores e posteriormente de frutos. No reino animal, as espécies inferiores burilam-se na dor, no sentido de atingir a forma ereta do homem. Na dor humana, o homem se apura para transformar-se no anjo eterno, chegando um pouco mais perto de Jesus, aspirando sempre a planos edênicos.

Portanto, deveis saber utilizar devidamente de vossos livres arbítrios, visando atenuar os vossos carmas, tendo-se em conta que estes são originários daqueles, e lembrando sempre de que não há tempo para o pagamento em uma nova encarnação no planeta Terra, e o que fizerdes doravante retornará imediatamente para vós mesmos, atenuando ou agravando ainda mais vossos carmas.

Paz e Amor

 

Fabius
Psicografada em 26/11/1990

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