sexta-feira, 20 de dezembro de 2013


Fabius – O Burilamento Através da Mediunidade

 

Em minhas inúmeras andanças por sobre o orbe terráqueo, pude observar o burilamento que a mediunidade traz para o espírito aspirante à ascensão espiritual. Naturalmente, aludo sobre a mediunidade desabrochada no momento certo e próprio, e não aquela que, como a flor, é cultivada na estufa, a que se desenvolve antecipadamente com exercícios medianímicos, insistindo no contato com as almas desencarnadas que podem até mesmo provocar distúrbios orgânicos.

A mediunidade, quando exercida convenientemente, coadjuvada com atividades filantrópicas e benfeitoras ajuda a tarefa de reabilitação concedida pelo Alto, na atual encarnação. Todavia, é vã utopia pensar-se que a mediunidade ou a freqüência a um centro espírita protege o individuo de resgatar um carma difícil e espinhoso. Ajuda-o, no entanto, as vencer os obstáculos colocados em seu caminho. Inúmeras vezes, a mediunidade produz fadiga, cansaço, que varia de individuo para individuo. O intercambio entre o plano material e espiritual consome substâncias energéticas da massa encefálica reduz as cotas vitais magnéticas da rede nervosa, produzindo certa desmineralização no sangue. Até mesmo o sistema endócrino mobiliza os hormônios necessários para ativar as glândulas e movimentar as cordas vocais ou o braço do médium a fim dele falar ou escrever o que lhe foi inspirado. Inúmeras vezes, o intercambio mediúnico exige maior ou menor consumo destas energias, conforme o teor de responsabilidade; no entanto, isso se manifesta de acordo com a resistência biológica de cada um. Entrementes, a insuficiência das condições físicas, emotivas e financeiras não impede de o médium exercer suas funções, pois o Alto não exige do ser humano uma carga maior do que aquela que ele possa suportar.

Mesmo na psicografia ou na psicofonia, o Alto somente aguarda aquilo que o individuo possa em dado momento doar.

Inúmeras vezes, o médium, cuja função é somente a de uma ponte viva entre o setor invisível, ou seja, o plano espiritual, com o visível, que é o plano material, doa-se de boa vontade às entidades que deverão se manifestar, trazendo algo de novo aos seus ouvintes ou leitores. Não nos referimos aos médiuns portadores de animismo, que tentam enaltecer-se aos encarnados com o fito de se agraciarem com a simpatia dos mesmos, mas aqueles que se entregam de corpo e alma para a elucidação de um grupo ou de todo um núcleo, a fim de a um ou a outro propiciarem a ascensão espiritual desejada. Inúmeras vezes as entidades se utilizam dos médiuns batendo sempre na mesma tecla, como afirmam muitos, esquecendo-se que esta tecla é a que pode propiciar a sua própria salvação. Quando as mensagens ou palavras pronunciadas de um mentor vão ao encontro das pretensões da maioria, verifica-se então um aplauso geral; quando não, os observadores acham que tudo é emanado do próprio médium. Começa aí o burilamento pela mediunidade, pois o médium, que sempre é portador de maior sensibilidade, por ser a ponte viva entre dois planos, sente no próprio corpo carnal a emanação de pensamentos malsãos que vem em sua direção.

Os encarnados procuram não colocar na balança se o que foi dito ou escrito condiz com os preceitos do Evangelho. Colocam apenas os seus próprios conceitos, a sua maneira de ser e o modo de encarar a vida que, nem sempre, condiz com as pretensões do plano espiritual. Outras vezes, pleiteiam que seja dito ou escrito o que, para eles, é de suma importância, mas que não tem importância alguma para o plano espiritual, a não ser a sensibilidade que seu coração anseia e quer que seja explanada. Então, revoltam-se intimamente, não possuindo a humildade esperada pelo plano espiritual, que aguardava o momento oportuno para revelar a aqueles o que eles queriam.

No entanto, a revolta existente em seu coração, os pensamentos indevidos emanados contra o médium anulam esse momento oportuno tão ansiado e aguardado. Enquanto isso, o médium sofre as investidas que o pensamento contrário lhe proporcionam. O médium resgata um pouco do seu carma, enquanto o outro ser o angaria um pouco mais para si mesmo. Mesmo na vidência e na audiência, quando o médium vê e ouve certas determinações emanadas do Alto a fim de que o trabalho em execução transcorra da melhor forma possível (o plano espiritual vê além do que vê o plano material), alguns se revoltam intimamente, pois queriam apressar ou retardar mais um pouco o que estava fazendo. Outros acham que essas observações são inoportunas e indevidas, e inevitavelmente o médium sente os impactos dessas vibrações contrárias.

Felizmente, o plano espiritual procura, sempre que for possível, colocar uma proteção dos médiuns que, ao nascerem, se comprometeram a cumprir um serviço excepcional em favor do próximo. Que se comprometeram a colocar uma sinalização de alerta antes dos desvios da estrada que os conduzirá a meta certa, para que não se desviem do caminho. Almas essas que muito erraram, incitando os demais a errarem também e que agora voltam, no campo do bem, para da mesma forma, procurarem ressarcir seus erros através da mediunidade.

A vós outros que ledes esta mensagem, antes de criticardes, de acusardes a fim de vos isentar de vossas próprias culpas, se ouvirdes o que diz o mentor, ao lerdes uma mensagem, ao mesmo ao ouvi-las, procurai analisar se as palavras escritas ou ditas estão dentro dos parâmetros do Evangelho, para verificardes se são emanadas de espíritos de luz ou das trevas. Esforçai-vos sempre por fugir dos elogios infrutíferos que jamais um espírito de luz irá pronunciar, mesmo que os referidos elogios sejam verdadeiros, a fim de não fazer florir a flor da vaidade que possa germinar em vossos corações. Tentai fugir também das acusações dos ditos espíritos de luz a pessoas ausentes na ocasião e que, por isso, não podem se defender, pois se os espíritos de luz não enaltecem, também não acusam, citando nomes. Quando as entidades luminosas se propuserem a orientar uma ou mais pessoas, o fazem de um modo geral, sem fazer alusão a quem quer que seja.

Pensai e meditai no que vos disse, guardando para vós mesmos o discernimento a que chegastes, procurando evitar serdes o burilamento de qualquer médium.

Paz e Amor!

 

Fabius

 

Psicografada no núcleo de trabalho, na noite de 16/07/19923

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