Fabius
– Lamentação Indevida
Em fase a insistente
pedido evolado ao Plano Astral Superior, solicitando-nos esclarecimento sobre o
termo “lamentação indevida”, tão utilizado pelo plano espiritual, termo esse
que provoca estagnação da alma, para tanto fui incumbido a vos dar a devida
elucidação, no intuito de que melhor possais entender o vosso aprendizado.
Primeiramente, devo
ressaltar que não se deve confundir lamentações com desabafos, ou com queixas.
Lamentação é o ato de lamuriar-se constantemente de suas atribulações, de suas
odisséias, com pena de si mesmo, achando-se o mais infeliz sobre a face da
Terra. Na maioria das vezes, é acompanhada de choro, de gritos histéricos,
gemidos e, muitas vezes, acompanhada de revolta, mágoa, ressentimento e até mesmo
ira e ódio. Um exemplo de lamentação amena encontrareis no Livro “Nosso Lar”,
no capítulo “Precioso Aviso”, onde André Luiz lamenta-se da vida que teve
enquanto encarnado. Tem pena de si e faz um conceito do que pode estar passando
a sua família, e lamenta-se sem saber se esse conceito é certo ou errado. Por
aí, podereis tirar uma base do que consideramos lamentação.
O desabafo já é encarado
como um bálsamo para o espírito sofredor, e pode inúmeras vezes, evitar que uma
doença gerada pelo nervosismo, pelos desenganos, pelas desilusões, venha
aflorar em toda sua plenitude. Outras vezes, o modo de ver a vida de outras
pessoas, pode, com o desabafo efetuado, promover em outra conduta por parte da
pessoa que desabafou e ouviu diferentes opiniões. Em minhas inúmeras andanças
por sobre o orbe terráqueo, deparei-me com muitos casos de suicídio, com muitas
situações de morte que foram evitados após um desabafo efetuado com pessoas
certas e de inteira confiança, pois o desabafo é uma válvula de escape para
quem está sob forte pressão e necessita de harmonia e equilíbrio. Também
inúmeras vezes o desabafo faz abrir as comportas que prendem o medo existente
dentro de cada ser e que gera uma enormidade de doenças que vai desde o aborto,
amigdalite, amnésia, anorexia, apatia, apendicite, aperto na garganta, arrotos,
asfixia, azia, problemas na bexiga, câimbras, calvice, celulite, ciática;
provoca colesterol, desmaios, diarréia, distrofia muscular, dores de cabeça,
dor na parte inferior da coluna, enfisema, enjôo, envelhecimento, enxaqueca,
esclerose, esterilidade, hepatite, fistulas, hemorróidas, herpes zoster,
indigestão, inflamação, insônia, problemas intestinais e também gases
labirintite, laringite, distúrbios da menopausa, distúrbios da menstruação,
náuseas, nervosismo, odor corporal, astigmatismo, estrabismo, miopia,
paralisia, mal de Parkinson, calos, psoríase, problemas nas pernas, problemas
nos artelhos, problemas nos quadris, problemas na respiração, retenção de
líquidos, renite, úlcera péptica, ulceras de um modo geral, até provocar vícios
e uma infinidade de outras anomalias. Comumente ouvimos as pessoas dizerem:
“Depois que desabafei, senti-me mais aliviada”.
A queixa também é encarada
com bons olhos pelo plano espiritual, por ser ela sumamente necessária, pois é
um modo do encarnado exprimir o que sente. Não seria possível um diagnostico
medico senão houvesse as queixas devidas. Como não seria possível, na sala de
triagem, se dar uma orientação, se o encarnado não se queixasse, delineando
sobre os problemas que o afligem. Porque, médium nenhum, por mais sensível que
seja, e mesmo que possua uma clarividência fora do comum consegue aquilatar o
que vai ao âmago de cada um. Sobre a face da Terra só existiu um Ser que
conseguia avaliar o sofrimento, esse ser chamava-se Jesus.
Inúmeras vezes, o ser
encarnado chega à conclusão de que um irmão está bem e que não tem nada.
Posteriormente, é surpreendido com uma doença grave que avassala esse irmão, ou
mesmo surpreso com a morte deste. Outras vezes, ocorre o contrario, pois acha
que um irmão, um ser sofredor brevemente sucumbirá imerso em seus problemas
sumamente graves e é surpreendido com uma melhora radical, pois não consta na
ficha reencarnatoria daquele um desencarne nessa data.
Naturalmente, não se deve
fazer da queixa um hábito. No entanto, nos tratamentos tanto materiais quanto
espirituais, é necessária, pois proporciona ao encarnado, que está tentando
auxiliar, a direção que os fluídos deverão tomar. Mesmo para o plano espiritual
isso é benéfico, pois se o espírito que ali está não possui conhecimento de
medicina, ele terá dificuldade de ir ao encontro do mal que incomoda o
paciente. Isso, quando não é trazida das Esferas Mais Altas a ficha
reencarnatória com os méritos assinalados auxiliando a entidade que se propôs a
auxiliar, a amenizar ou mesmo a extinguir a dor existente, uma vez que a morte
física, a passagem para o plano espiritual não promove o homem a anjo ou
querubim, porquanto ele leva consigo apenas o seu aprendizado na Terra
aureolado com as boas ou más qualidades, com os bons ou maus atos praticados.
Não deixa, na Terra, os defeitos que adornaram o seu corpo físico. Tampouco
suas qualidades são aumentadas ou multiplicadas com o transpasse da morte.
Somente com o trabalho e esforço próprio é que ele consegue, aos poucos,
evoluir, sendo necessário para tanto uma nova encarnação, para que expurgue os
defeitos através da dor. A dor, na sua expressão, é o suficiente buril que
impele a evolução, e isso podemos constatar no reino vegetal deparando-nos com
a dor da videira em sua poda, para que posteriormente proporcione frutos
melhores; no reino mineral, a burilação, que é feita no carvão para que ele se
torne o diamante almejado. No reino animal, nas indeterminadas mutações porque
passam a fim de alcançar a forma ereta do homem. E este, por sua vez, tem que
se burilar através da dor para aparar as arestas de suas más tendências, no
intuito de atingir a magnitude dos anjos. Portanto, não se deve esperar
milagres do plano espiritual, senão possui méritos para tanto. Tampouco,
esperar revelações estrondosas por parte de espíritos que não possuem
conhecimento bastante. Como na Terra, no plano espiritual cada espírito ocupa a
categoria, o lugar de evolução a que pertence, e pode transmitir somente aquilo
que possui, embora, inúmeras vezes, ele reúna conhecimentos de diversas
encarnações, aumentando assim seu cabedal. No entanto, não pode explanar sobre
algo que não conhece, nem aconteceu tampouco executar aquilo que não sabe. Por
esses motivos, a queixa também é necessária, principalmente nas salas de passes
especializadas, onde o tratamento espiritual se estende ao tratamento físico.
Pedir ao ser, que passa
pelo crivo da dor, esquecendo-se da dor que o aflige, é o mesmo que pedir ao
sedento que se esqueça da água; é pedir ao faminto que se esqueça da fome que
lhe corrói as entranhas; é pedir ao desafortunado, que peregrina pelos caminhos
adversos de sua desdita que se esqueça de seus infortúnios, os quais o
impeliram à desgraça. Persistir nestes propósitos é cair em outro flagelo da
humanidade: que é a crítica descabida.
Espero que esta minha
dissertação vos traga a elucidação tão necessária para a ascensão de vossos
espíritos, e que não haja os melindres tão comum em vossos meios, compreendendo
que estão numa escola e, como tal, deverão aprender a lição. Se não forem
apontadas as falhas, jamais poderão saber quando estarão errados.
Paz e Amor!
Fabius
Psicografada no núcleo de
trabalho, na noite de 12/01/1994.
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