Fabius
– Estigma da Alma
Em minhas peregrinações
por sobre o orbe terráqueo, procuro sempre entender o comportamento humano, que
é afligido por estigmas da alma, por doenças quase incuráveis, não houver
vontade predominante de se modificar, com a mente consciente dos propósitos de
suas falhas, de seus erros. No entanto, os portadores de doenças da alma
geralmente se colocam na qualidade de vítimas em suas auto-análises e não
chegam ao discernimento do quanto estão errados em acoitar a inveja o despeito,
o ciúme, o orgulho, a vaidade, a cobiça que são estigmas nefastos oriundos da
alma.
Geralmente são criaturas
que ostentam uma aparência errônea, completamente diversificada de seus
sentimentos interiores. Falam meigamente e, às vezes, um tanto piegas,
possuindo mel na voz e dardos peçonhentos escuros sempre pontos a atacar. São
madeiras carunchadas por baixo de forte camada de verniz. Aparência de anjo,
coração de demônio.
Infelizmente, a etiqueta
pelo fato de ser bela e brilhante, não afiança a presença de vinho fino no
frasco. Essas criaturas somente mostram as garras nos raros momentos em que não
conseguem se controlar. Nessas horas conseguem expelir um pouco do veneno
mordaz residente em suas entranhas, para logo mais fechar-se novamente dentro
de sua falsa aparência. No entanto a inveja, o orgulho, a vaidade, fazem morada
intensa e permanente em seus corações, e não permitem que ninguém os empane,
que ninguém os suplante ou mesmo que se iguale a eles. Para tanto, procuram
agir nas sombras, tecendo, tramando, urdindo intrigas fomentando discórdias em
torno daqueles que os poderão suplantar. Enfim, distorcem aos poucos, com certa
cautela, indiretamente, a imagem de seu suposto adversário, atacando-o assim a
todos os seus familiares, com o intuito de afastá-lo de perto de si.
Quando pretendem querer a
simpatia, a benquerença de alguém, e se esse alguém é do sexo oposto tudo fazem
pra se insinuar. Se esse alguém retribui, ou lhes dá a esperança de um dia
retribuir, se criam uma efêmera ilusão e depois, arrependidos, evitam ir para
frente nas suas pretensões, esse ser, rebelde, volta-se contra a família, em
geral partindo do alvo visado, emitindo eflúvios mortíferos, causando dores,
mal estar, atritos e comportamentos fora do comum em toda a família que não
estava equilibrada o suficiente para rechaçar esses eflúvios.
Quando é o contrário, o
ser visado aquiesce e vai de encontro à criatura acometida por esses estigmas
da alma; sofre terrivelmente, pois o que realmente desejariam era apenas o
sabor da vitória conquistada, para depois humilhar e gargalhar a quem e do que
fizeram.
Quando alguém suplanta
esse doente da alma e ele por sua vez, não pode demonstrar seus sentimentos,
tendo que manter o verniz exterior, remoe-se de tal forma em ódio, em revolta,
em ciúmes, em inveja, que cai doente, sem que o médico material consiga atinar
com o motivo, chegando, muitas vezes, a chama da revolta exteriorizar-se na
forma de grandes febres. Tem raiva de tudo e de todos e procura isolar-se para
melhor pensar e arquitetar planos macabros, engrossando desta maneira as
fileiras e as compactas massas de pensamentos malsãos que envolvem o Planeta
Terra. Onde existe um continuo metralhar pernicioso, um dardejar de raios
fulminantes e nocivos que criam uma floresta de sargaços viscosos, formados
pelos detritos e produzidos pelos pensamentos impuros. Sem se aperceberem,
essas criaturas contribuem para a hecatombe esperada se aproxime cada vez mais
acelerada.
O Plano Astral Superior
tudo faz para que essas almas sejam reconduzidas para o caminho certo, para que
tirem os estigmas de suas almas que lhes impede a própria ascensão; mas como
disse alhures, tudo depende de suas próprias vontades, de seu próprio livre
arbítrio, e não da vontade dos Espíritos de Luz que, inúmeras vezes, sofrem ao
se perfilar com essas criaturas acometidas desses estigmas e de saberem que
lhes foi um filho ou filha querida de pretérita encarnação. Ou mesmo uma mãe
amada, um pai extremoso. A única coisa que podemos fazer é orar intensamente,
regando à Essência Divina, a Deus Onipotente, que ajuda a esses que peregrinam
por estradas tétricas, envoltos nos estigmas da alma em inúmeras encarnações.
Paz e Amor!
Psicografada no núcleo de
trabalho, na noite de 14/04/1993.
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