sexta-feira, 3 de agosto de 2012


Luiz Lamas - Os Sinhozinhos Enfurecidos



Eta gente danada

Qui inda num aprendeu nada,

Qui vai comemorá mais um ano de libertação

Dus escravo, que sofria muita dô i exalava lamentação.



Mas, aí veio a Princesa Isaber, Redentora,

Qui trouxe a libertação sarvadora;

Mais, us negro inda hoje fala ressentido

Qui tudo foi um prano muito bem urdido.



Pruque, qui adiantava a libertação

Si, adepois, num dava a devida proteção

Pra esse povo, qui num era nada instruído,

I qui num sabia u qui faze entre os sinhozinho sabido;



Tudo continuou da mesma maneira,

Era só uma libertação zombeteira

Pruque, o qui eles mais sabiam fazê,

Era trabaiá na terra e obedecê.



Nu entanto, u qui essa gente num sabia

É qui a Princesa Isaber havia pensado em tudo, um dia,

I havia pranejado di dá estudo i aprendizado

Pra essa gente tê um futuro meió di seu lado.



Mais a coitadinha num teve tempo, nem nada,

Pra executá tudo aquilo qui pensava

Pruque os sinhozinho enfurecido,

Cum a libertação dus negro cativo,

Pôs abaixo a monarquia,

Proclamando a Replubica nu mesmo dia.



Pru isso, minha gente,

Criticá Isaber é contraproducente;

Devemo, isto sim, é louvá u ato meritório

I acabá cum todo esse falatório,

Pruque ela num podia imaginá

Qui num desse tempo seu prano executá.



Intão, vamo comemorá u dia da libertação dus negro escravo

Cum alegria, sem ressentimento, sem agravo,

Pruque o Brasir se livrou da mácula triste, vergonhosa,

Qui contaminava di maneira calamitosa,

Infringindo as Leis de Deus

Qui ama iguarmente us filhos Seus.







I neste dia de glória,

Qui ficou escrito em nossa história,

Vamo pedí pru Nosso Mestre Jesuis

Qui envorva cum Sua Luiz

A Princesa Isaber, qui tá nu prano espirituar,

I qui daqui uns ano vai vortá pru prano materiar.

Pra cumpri u qui ficou pra traiz sem fazê

Nu meio de vosmeceis,

Qui Jesuis a ampare pra qui ela possa um dia executá

U qui restou pra seus débito sardá.



Luiz Lamas

                                                                                                                      



Psicografada no núcleo de trabalho, nesta capital, na noite de 30/04/1993.

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