Luiz Lamas - Só Recebê
Eta gente danada,
Qui inda num aprendeu nada,
Qui num qué arreconhecê
Tudo os bem qui foi feito, pra
mor de lhe favorece.
Arretrubuí, num qué nem pensá,
Num bem qui os outro foi lhe
proporcioná,
Só que mesmo sobra e água fresca
em profusão,
Num si importando com a
ingratidão.
Só qué mesmo pensá
Nu bem-está partículá,
Inté fala di forma grosseira
Fazendo os outro inté perdê as
estribeira.
Essa gente que só qué arrecebê,
I na hora di devorvê, num querem
nem sabê,
U qui vale mesmo é o interesse
pessoar,
Passando a amizade pra segundo
lugar.
Adepois, inté si entrega a
queixume,
Falando qui ninguém lhe entende
sem azedume,
Isquecendo inté qui queixume é
tiririca renitente,
Qui deixa muita gente
discontente.
Quando vai a caridade praticá,
Vai contra vontade, sem querê
auxiliá,
Vai pensando mais arrecebê,
Esperando qui Deus vai di outra
forma devorvê.
Caridade, desse jeito, num tem
validade,
I num existe cum um pingo de
cristandade,
Parecendo mais uma troca cum
Deus,
Pra Ele alivia os problemas seus.
É verdade, qui é dando qui si
arrecebe,
I mais depressa pagá o qui se
deve;
Mais é preciso te caridade, si
doá cum amô,
Trabaiando com fé e fervô.
Pru isso, gentarada,
Vamo tirá os espinho da nossa
estrada,
Modificando o nosso jeito de
procedê,
Semeando o bem, pra adespois
coiê.
Renunciando inté os bem pessoá
Pra mor di arcançá as coisa
celestiá,
Deixando o egoísmo di lado
Pr sê meio justiçado.
Num esquecendo qui os tempo são
chegado,
Num dando tempo pru encarnado
Di, novamente, resgatá
Us novo débito, di modo exemplá.
Vamo tentá angaria mais luiz,
Pra podê discansá nu regaço de
Jesuis,
Pra num sê banido du planeta
Terra,
Qui, adepois da transformação,
somente felicidade encerra.
Luiz Lamas
Psicografada
no núcleo de trabalho, na noite de 15/11/1991.
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