quarta-feira, 1 de agosto de 2012


Luiz Lamas - Há Sempre um Trevoso Irmão



Eta gente danada

Qui inda num aprendeu nada.

Qui fica coisa errada dus outro deduzindo,

Sem sabê us débito qui tão assumindo.



Si argum já fica doente,

Já ficam deduzindo displicentemente

U motivo da provocação da tar dô,

Sem pará pra pensá qui u carma é provocadô.



Já atribui a origem a argum trevoso irmão

Qui ataca us outro di rordão,

Provocando estrago danoso

Qui nem um marvado tinhoso.



Outros acham qui é um pouco di encenação

Qui só mente endoidada pode dá tar criação,

Pruque u médico num é enganado

I só interna si rearmente u doente tá adoentado.



A dô dus outro é sempre um colírio prus zóio dadivoso,

Sendo mais fácir atribuí tudo pra arma du tinhoso.

Si esquecendo qui todo suicida tem um débito triste a sardá

Du quar num si pode esquivá.



A dô dus outro é sempre menó qui as dô própria,

Qui assarta sempre di forma insólita.

I esses falatório, esses mexerico afasta inté gente boa,

Qui num qué ficá ouvindo besteira à-toa.



Pru isso, minha moçada

U meió é colocá u pé na verdadeira estrada,

Evitando di tanto falatório fomentá

Pra mor di si próprio num si enroscá.



Às veiz, u Arto qué mostrá pra oceis, qui são descrente,

U sofrimento dessa pobre gente.

Intão a dô no lombo oceis vão tê que aguentá

I num vai diantá pedí i chorá.



U meió mesmo, minha gente,

É não jurgá indiscriminadamente

Pra não angariá maió débito na atuar vida,

Lutando pra sê condizente na fala e na lida.



Pruque tudo isso ensinou Jesuis

Pra livrá oceis di pesada cruiz,

Procurando inda a todos conduzí

Pru meió caminho asseguí.



Luiz Lamas





Psicografada no núcleo de trabalho, na noite de 11/05/1994.

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