quarta-feira, 1 de agosto de 2012


Luiz Lamas - Falsa Aparência



Mariquinha era tão bunita

Em seu vestido de chita,

Que deixava todos os moços arrepiado,

Na esperança de ser seu namorado.



Mas, Mariquinha preferiu o moço da cidade,

Desprezando os da roça, com crueldade,

Gostava de moço de fala bunita,

Que a toda muié conquista.



Pobre Mariquinha,

Não sabia o que a esperava, coitadinha,

O moço da cidade lhe batia

Toda veiz que bebia.



Gostava de rabo de saia,

E pra Mariquinha pouco ligava,

E no jogo inté a Mariquinha ele apostava,

E pros home a sua muié ele dava.



Mariquinha, triste, chorava,

Arrependida, por não ter escuitado

A mãe, que sempre aconselhava:

Procura um home que tivesse como legado

A honra e a responsabilidade,

Coroado de amor e caridade.



Fala bunita e mansa

Nunca se põe na balança,

O que vale são os ato praticados,

Que deixa grande todo o encarnado.



Mariquinha, muito tarde, isso aprendeu,

Pois pouco tempo viveu,

Pagou seu carma em grande aflição,

Aprendendo mais uma lição.



Aquele que se deixa leva pela aparência,

Pela desilusão, é assediado com freqüência,

Pois o que vale no amo,

O que é mais encantado

É ser amado e querido,

É ser respeitado, ouvido.



Oceis, meus irmãos,

Evitem muita aflição,

Sempre tendo a prudência

De não se leva por falsa aparência!...

Luiz Lamas



Psicografada no núcleo de trabalho, na noite de 24/7/1989.

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