Damião – Troca do
Pecador Confesso pelo Inocente Cheio de Amor
Há
quase dois mil anos
Reencarnou,
na Terra, um belo Arcano
Para
reconduzir ao verdadeiro aprisco todos os humanos.
Mas,
para envergar o corpo carnal,
Teria
de restringir Seu corpo espiritual.
Um
longo tempo teve que ter como preparo
Para
que Sua Alma pudesse se condicionar no corpo humano,
Pois
Seu Espírito era por demais evoluído, soberano,
Que
viria para instruir, tirando lacunas, deixando tudo claro.
Finalmente,
numa noite repleta de estrelas rutilantes,
A
cintilar a todo o instante,
Um
cometa anunciou à Terra
O
início de uma Nova Era,
Pois
nascia o Messias aguardado
E
por todos esperado.
Nascia
uma criança numa pobre manjedoura
Numa
noite feliz, imorredoura,
Embora,
se quisesse, poderia ter nascido em berço de ouro,
Ostentando
coroa, possuindo tesouros;
Mas,
preferiu nascer na pobreza e humildade
Para
mostrar que podia, mesmo sendo humilde, praticar a caridade.
Essa
bela criança,
Desde
Sua tenra infância,
Dava
exemplos de amor e bondade
Com
altruísmo e dignidade,
Amando
as formigas, os repteis, a chuva, os coriscos e o ribombar dos trovões,
Que
causavam as demais crianças, sérias apreensões.
Ele
amava tudo o que vinha do Pai, de Deus,
Criador
da natureza, para o bem dos filhos Seus.
E,
em tudo, via realeza
Coberta
de inigualável beleza,
Sendo,
muitas vezes, tachado de insano
Por
ser diferente dos demais humanos.
Tornou-se
homem, sempre espargindo o amor,
Procurando
amenizar toda e qualquer dor,
Praticando
milagres entre a multidão,
Sanando
feridas que maltratam o coração,
Fazendo
com que cegos começassem a ver, paralíticos a andar
E
pregando as Leis de Deus, com sabedoria exemplar.
Todavia,
não foi compreendido,
Não
foi encarado como Messias amigo.
Sua
paga foi ser traído, escorraçado,
Como
um malfeitor chicoteado,
E,
como tal, julgado e justiçado,
Sendo
que também veio a ser crucificado.
No
entanto, a dor que excrucia e maltrata,
Maior
ainda que a dor da chibata,
A
dor cruel que tira o ânimo e deplora
E
ver a ingratidão, na extrema hora,
É
ouvir vaias do porviléu em desatino
Contra
aquele que somente queria proporcionar um melhor destino.
A
ingratidão da multidão desvairada,
Que
pela liberdade de Barrabás bradava,
Trocando-O
por um facínora, um ladrão,
Sem
piedade no coração,
Relegando
a crucificação o Promulgador da “Bem-Aventurança”
Que
trazia nos lábios mensagens de fé e esperança.
A
ingratidão foi pior do que na fronte os espinhos a cravarem-se,
Pior
do que sob o látego as carnes a lacerarem-se,
Pois
Ele, que somente espargiu o amor,
Colheu
a flor da ingratidão de modo fulminador.
Mas,
apesar de tudo, em Seu Estertor,
Quis
livrar a humanidade deste ato lamentador,
E
erguendo aos Céus Seus Olhos tristes, profundos,
Rogando
ao Pai a absolvição da gente deste mundo,
Suplicou
com amor e coragem:
“Pai,
perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem”.
Damião
Psicografada
no núcleo de trabalho, na noite de 02/04/1993.
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