Peter - Janelas Empoeiradas
Relata-nos
uma lenda que um jovem casal mudara-se recentemente para uma casa de um
vilarejo calmo e bucólico, onde a própria natureza contribuía para a mansidão
do lugar.
O
homem entrara em férias e todo dia de manhã, após o desjejum, ele ficava na
cozinha lendo o jornal do dia, enquanto a esposa punha-se a olhar para fora da
vidraça, bisbilhotando o serviço da vizinha por uns momentos, e dizia para o
seu querido esposo:
-
Vê lá está de novo a nossa vizinha estendendo roupas, como faz todos os dias.
Observa querido, as suas roupas brancas como estão encardidas. Será que é o
sabão que ela usa que não presta? Não seria preferível ela lavar em dias
alternados e lava-las melhor? Se eu tivesse mais intimidade com ela, eu iria
ensiná-la a lavar a roupa. Observa, larga o jornal e vê.
O
homem mal largou o jornal, diante da insistência da esposa e olhou para fora e
simplesmente disse:
-
Hum! Tem razão. E voltou a leitura, e a esposa foi fazer seus afazeres no lar.
No
dia seguinte, na mesma hora, vamos encontrar o homem as voltas com o seu
pasquim, e a esposa novamente replicou:
-
Vê lá está a nossa vizinha lavando e estendendo a roupa no varal, toda acinzentada.
Vê e dize-me se estou mentindo?
Dessa
vez o homem nem levantou a cabeça do jornal e disse:
-
Sei, sei...
No
terceiro dia foi a mesma coisa.
No
quarto dia lá estava ela olhando pela janela e dizia com espanto:
-
Vê meu bem, desta vez ela aprendeu a lavar a roupa. Elas estão brancas que dá
até gosto de olhar. Será que alguém a ensinou? Que pena eu não ter tido coragem
de ensiná-la.
Nessa
oportunidade, o marido dobrou o jornal e falou para a esposa.
-
Não era a roupa dela que estava suja. Eram as nossas vidraças. Hoje eu levantei
cedo e as lavei.
Aprende
a não julgar pelo que vê. Os nossos olhos são vidraças da nossa alma. Se a
mente fizer com que nós vejamos somente a sujeira existente é porque as nossas
próprias janelas estão sujas. Devemos limpa-las com o amor existente no coração
de cada um, procurando ver antes a alvura dos atos e pensamentos de nosso
próximo. E principalmente, não fazer julgamentos precipitados.
Lembra-te
sempre de olhar primeiramente os teus defeitos para depois, então, olhares os
defeitos dos outros. Procura dar os teus exemplos, em vez de te utilizares de palavras
ferinas. Aprende a não julgares para não seres julgada também. Não queiras
ensinar a ninguém, pois não és sábia nem a dona da verdade.
Peter
Psicografada
no núcleo de trabalho, na noite de 02/12/2004.
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