sábado, 28 de julho de 2012


Peter - Janelas Empoeiradas



            Relata-nos uma lenda que um jovem casal mudara-se recentemente para uma casa de um vilarejo calmo e bucólico, onde a própria natureza contribuía para a mansidão do lugar.

            O homem entrara em férias e todo dia de manhã, após o desjejum, ele ficava na cozinha lendo o jornal do dia, enquanto a esposa punha-se a olhar para fora da vidraça, bisbilhotando o serviço da vizinha por uns momentos, e dizia para o seu querido esposo:

            - Vê lá está de novo a nossa vizinha estendendo roupas, como faz todos os dias. Observa querido, as suas roupas brancas como estão encardidas. Será que é o sabão que ela usa que não presta? Não seria preferível ela lavar em dias alternados e lava-las melhor? Se eu tivesse mais intimidade com ela, eu iria ensiná-la a lavar a roupa. Observa, larga o jornal e vê.

            O homem mal largou o jornal, diante da insistência da esposa e olhou para fora e simplesmente disse:

            - Hum! Tem razão. E voltou a leitura, e a esposa foi fazer seus afazeres no lar.

            No dia seguinte, na mesma hora, vamos encontrar o homem as voltas com o seu pasquim, e a esposa novamente replicou:

            - Vê lá está a nossa vizinha lavando e estendendo a roupa no varal, toda acinzentada. Vê e dize-me se estou mentindo?

            Dessa vez o homem nem levantou a cabeça do jornal e disse:

            - Sei, sei...

            No terceiro dia foi a mesma coisa.

            No quarto dia lá estava ela olhando pela janela e dizia com espanto:

            - Vê meu bem, desta vez ela aprendeu a lavar a roupa. Elas estão brancas que dá até gosto de olhar. Será que alguém a ensinou? Que pena eu não ter tido coragem de ensiná-la.

            Nessa oportunidade, o marido dobrou o jornal e falou para a esposa.

            - Não era a roupa dela que estava suja. Eram as nossas vidraças. Hoje eu levantei cedo e as lavei.

            Aprende a não julgar pelo que vê. Os nossos olhos são vidraças da nossa alma. Se a mente fizer com que nós vejamos somente a sujeira existente é porque as nossas próprias janelas estão sujas. Devemos limpa-las com o amor existente no coração de cada um, procurando ver antes a alvura dos atos e pensamentos de nosso próximo. E principalmente, não fazer julgamentos precipitados.

            Lembra-te sempre de olhar primeiramente os teus defeitos para depois, então, olhares os defeitos dos outros. Procura dar os teus exemplos, em vez de te utilizares de palavras ferinas. Aprende a não julgares para não seres julgada também. Não queiras ensinar a ninguém, pois não és sábia nem a dona da verdade.



Peter

                                                                                                                      



Psicografada no núcleo de trabalho,  na noite de 02/12/2004.

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