Luiz Lamas - Ao Primeiro Imperador do Brasil – O Voto deste Mulato
nos Seus “Cento e Sessenta Anos de Vida”.
Era uma vez um moço bem
apessoado,
Qui num podia vê muié, sem ficá
emporgado.
Qui tinha fama inté de
transloucado,
Pruque num acatava as norma
existente nu reinado.
Era inconstante, temperamentar,
Como num existia outro iguar.
Pra tudo encontrava solução,
Mesmo machucando muitos coração.
Saiu de sua terra natar
Pra vir pru Brasir coloniar,
Continuando aqui suas conquista
Cum florista, modista, artista e
inté paulista.
Amargurava u coração da
imperatriz amada
Com suas conquistas, suas
escapadas.
Deixou si envorvê pur quem, pelo
trono, tinha ambição,
Deixando si leva pru fetiche i
fascinação.
A imperatriz sofria triste,
sozinha,
Inté qui morreu a coitadinha.
Dizem inté qui foi envenenada
cruermente
Pur uma muié, di maneira
inclemente.
Adepois ele escolheu outra
imperatriz
Di maneira certa e feliz,
Qui acabou um pouco cum u
estouvamento
Daquele moço, nu primeiro
momento.
Afastou u qui era motivo de
escândalo mundiar,
Fazendo ele entender qui isso era
fundamentar.
Criou pra ele uma nova imagem no
exteriô,
Fazendo cum que os outros visse
um novo Imperadô.
Ela viu as coisa boa qui o moço
feiz i qui a cativou,
Si enamorou i muito o amou.
Amou o moço bravo, cum insistência,
Também pru qui ele deu, pru
Brasir, a independência.
Elevou o seu vurto na história,
Proclamando pra todos a sua
glória.
Dizendo qui num era fácir
desprezá a terra natar,
I proclamá a independência du
Brasir coloniar.
I u moço também se apaixonou,
I u seu temperamento um pouco si
aquietou.
Mas, o seu passado ficou na
história,
Empanando u seu feito, sua glória.
Ele teve qui vortá pra sua terra
natar, tristemente,
Deixando aqui seus fio, seus
descendente.
I a imperatriz o acompanhou
chorando torrencialmente,
Pruque aqui deixava quem também
muito amava, realmente.
Mas, nu Brasir, ficou como marco
garboso
Us feito dese imperadô vitorioso.
Qui era a independência querida e
almejada,
A libertação tão esperada!
Si não cumpriu em tudo a sua
missão,
Fará isso numa próxima
encarnação.
Num intanto, u principar ato di
sua estada
Era a independência efetuada.
Prutanto, meu imperadô,
Aceite us voto desse mulato, dado
cum fervô,
Pra que, numa próxima encarnação,
Cumpra pur completo a sua missão,
I qui essa seja sempre envorta de
luiz
Emanada de nosso Mestre Jesuis.
Luiz Lamas
Psicografada
no núcleo de trabalho, na noite de 27/08/1992.
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