Luiz Lamas - A Mentira
Cuidado com a mentira, minha
gente,
Falada de modo tão insistente
Pra mor dos compromisso se
isentá,
Pra podê meió descansá.
Isso num si faiz, inganando us
outro dessa maneira
Di forma inté zombeteira,
Agravando um carma já bem pesado
Pra mor di aliviá as coisa pru
seu lado.
Isso é engodo, é mentira
deslavada,
Qui vai pesá na balança, pela
Justiça Divina regulada
I vai também retorná di rordão,
Agravando inda mais a presente encarnação.
Oceis já imaginaram a enredeira,
Si u prano espirituar também mentisse dessa maneira?
Na hora qui oceis tão mais precisando
I eles, como descurpa, uma mentira fosse apregoando?
Si eles também quisessem discansá
Na hora im qui oceis si pusesse pur eles chamá?
Num dando ouvido à chamada efetuada
I num ligando pra mais nada?
Nu intanto, u povo só qué mesmo é arrecebê,
Si esquecendo qui tem também qui si doá, num querendo nada
sabê
Di trabaio, di esforço em pror di um outro irmão,
Achando qui isso só é bão pru Pai João.
Si esquece qui é dando qui si arrecebe,
Qui é perdoando qui si é perdoado.
Mais isso oceis num concebe,
Achando qui é lorota, pra sê deixado di lado.
U qui é isso, minha moçada?
U meió é fincá u pé na verdadeira estrada
I num mentí mais pra si isentá
Du trabaio qui si tem que executá.
Pruque, vai chegá a hora
Qui us companheiro vão cansá da mentira i da demora,
Deixando oceis pra traiz,
Cansados di irmão vivaiz.
Luiz
Lamas
Psicografada
no núcleo de trabalho, na noite de 24/06/1994.
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